sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Não passarão


Esta questão dos refugiados revelou aquilo que sempre se soube, não somos um pais de brandos costumes e somos ate bastante racistas, mas éramos envergonhadamente racistas, “eu não tenho nada contra os pretos, mas…” ou o clássico  “… eu até tenho amigos pretos” ou ainda o meu preferido “eu não sou racista, epá, mas não gosto de pretos, não tenho nada contra”. Mas o facebook tudo mudou, qualquer cobardolas de merda, qualquer símio com um computador agora é um herói e vai daí é mais fácil perpassar esta corrente de ódio, ignorância e estupidez aguda.

Eu, aqui me confesso, também sou um merdas, e quem me conhece sabe que é verdade, não gosto de ciganos, e tenho as maiores reservas contra os ditos. Cresci rodeado de ciganos, andei com eles á escola e a minha vivência diz-me que raramente se encontra um cigano que se aproveite, pronto, tá dito. Quem me quiser insultar, pode fazê-lo através do enderece de e-mail: toumacagarpavoces@sapo.pt

Voltando aos refugiados, nada se anima em mim contra o acolhimento dos refugiados, é gente que vem do terror, vem de onde nunca nenhum de nós sequer andou perto, não procuram uma vida melhor, procuram apenas sobreviver, e só eles sabem o que já perderam até aqui chegarem. Custa-me perceber os “argumentos” que aqui são cuspidos, que vêm  roubar a nossa comida, o nosso emprego, trazer insegurança e espalhar o terrorismo, o que não é verdade, mas se fosse até seria uma forma de justiça poética, já que foi precisamente isso que o ocidente foi fazer aos países de origem destes refugiados. Os terroristas são uma raça de gente muito determinada, se eles meterem na cabeça que vêm cá rebentar com esta merda toda, eles pura e simplesmente vêm e pronto, não chegam em magotes, nem sujos e famintos, simplesmente chegam e arrebentam.  
         
         Como eu costumo dizer, o facebook é uma lupa de palermas, um palerma, daqueles pequeninos com quem convivemos e nunca nos apercebemos sequer que ele é palerma, visto através da lente do facebook transforma-se num palerma insuportável, neste caso particular, descobri os piores sentimentos em gente que conheço há anos e com quem deixei de ter vontade, tampouco, de partilhar uma rede social. Infelizmente isto vai aumentar, e vamos assistir a coisas muito desagradáveis com o aumento exponencial de movimentos de extrema direita, por isso cabe-nos a nós cerrar fileiras e impedir que esta peste se espalhe, que nos contamine ou contamine aqueles que de nós são próximos, o fascismo está instalado na europa e cabe-nos a responsabilidade de lhe cortar a cabeça.

Venham de lá os refugiados, 3000, 4000, ou 50.000, cá estaremos para os receber e os integrar.  Sejam Bem-Vindos, mas ficam desde já avisados, este país não é o que parece, o vosso referencial de comparação é que é muito baixo, depois digam que não avisei.