O que por cá se faz,
é mau, mas acima de tudo faz-se por falta de vergonha, por falta de cultura de
exigência e por excesso de confiança, confiança em que nunca nada acontecerá
Um ministro alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg,
demitiu-se por ter sido acusado de plágio na sua tese de doutoramento,
assim, sem apelo nem agravo, e disse: "É o passo mais doloroso da minha
vida, mas quem se decide pela carreira política não pode esperar compaixão". Já o presidente Alemão, Christian Wulff, suspeito de um
favorecimento a um empresário quando ainda era primeiro-ministro da Baixa Saxónia, demitiu-se dizendo: "A confiança dos meus cidadãos está afectada.
Por esta razão, não me é mais possível exercer as minhas funções. É por isso
que me demito".
Por cá, o ex-primeiro está onde já devia
estar há mais de 4 anos, e o nosso actual primeiro-ministro, perante a
evidência de incumprimento á segurança social, mostra o que já todos sabíamos,
que é burro, que não tem ninguém á sua volta com o mínimo de inteligência e
que, acima de tudo, não tem vergonha na cara nem noção das responsabilidades inerentes
ao cargo que exerce. Começa por alegar desconhecimento, o que nunca pode ser
dado como desculpa, depois espalha-se ao comprido ao dizer que "Ninguém esperará que eu seja um cidadão perfeito", tamanha a estupidez ele achar que o pode dizer e
ninguém lhe ter explicado que não pode. Eu não espero que o PPC seja um pai
perfeito, não espero que ele seja um marido perfeito, muito menos que seja uma
pessoa perfeita, mas sim, espero e exijo que, enquanto cidadão, seja perfeito e
de imaculada reputação, é o mínimo que se exige. Depois quis dar a entender que
se trata de política suja remexer na sua vida privada, acontece que a sua situação
fiscal não está no domínio da vida privada, nem a dele nem a minha, são
obrigações que temos para com o estado e nada há de privado nesse capítulo. Depois
fez o papel de vítima, que isto se deve ao clima eleitoral e fez a colagem por oposição
ao caso de Sócrates.
Mas nem
tudo está perdido, O merdas do nosso presidente, instado a comentar a situação
do PPC, disse "tenho muita experiência para
saber distinguir entre aquilo que são jogadas político-partidárias e o que são
outras matérias", apelou ainda aos partidos políticos que "se
concentrem na resolução dos reais problemas do país". Ora nem mais. Deixem lá de andar a chafurdar a vida das pessoas, senão
ainda vão chafurdar a minha, chama-lhes putas, antes que te chamem a ti.
Estão a ver? Está tudo bem. E já agora, quando
forem votar, lembrem-se do que está preso e dos que deviam estar, e só não
estão por culpa nossa.