terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Os carecas

A calvície é um problema que afecta muitos homens mas não os afecta todos da mesma maneira, ou seja, nem todos ficam calvos da mesma maneira, nas mesmas idades e à mesma velocidade, mas aquilo a que me quero referir é a forma como afecta psicologicamente os homens. Já vi de tudo, gente que lida com normalidade com a coisa, gente que tem saudades da sua farta cabeleira, gente que não aceita a calvície e recorre a tratamentos, gente mais persistente que opta pelo método cirúrgico de implante capilar, gente que usa penteados ridículos para disfarçar a falta de cabelo e os que usam capachinho. Sobre este último grupo, apenas uma consideração, é aberrante ver um homem com uma porcaria na cabeça que mais parece um cão atropelado a quem cortaram as patas e a cabeça, não há nada que justifique o uso de tão asqueroso acessório, absolutamente indesculpável, somos o que somos e nada mais.  “epa, mas as pessoas são livres de usar e tal, e cada um faz como gosta e tal”. Caguei nessa merda, é ridículo, aberrante e traz muitos mais traumas do que aquele que supostamente deveria minimizar.
         Isto vem a propósito de 2 notícias relacionadas com o tema, a 1º fala de um tratamento com um fármaco de seu nome Finasterida, também conhecido por Propecia, que prometia resolver os problemas dos calvos, mas na verdade tem outros efeitos secundários. Estudos realizados pela Universidade George Washington revelam que os homens que tomam estes comprimidos para combater a calvície têm tendência a perder o gosto pelo álcool e a ter cada vez menos desejo sexual, eu diria que se esta porcaria acabasse com o ressonar, as mulheres punham-nos esta treta desfeita na comida. O que é que preferem? É pesar os prós e contras, um gajo fica com cabelo, mas depois parece um escuteiro enconado. Coisas da vida.
         A 2ª notícia fala-nos de uma investigadora que aparentemente descobriu a cura para a calvície, da mesma forma que se descobriram um monte de coisas, por mero acaso. A cientista espanhola Mirna Perez-Moreno, do Centro de Investigação Nacional Espanhol para o Cancro, fez a descoberta quando testava medicamentos anti-inflamatórios em ratos. Mirna Perez-Moreno estava a aplicar medicamentos anti-inflamatórios em ratos, verificou que o pelo deles crescia mais do que era habitual, a cientista acabou por chegar à conclusão de que este fenómeno era provocado pela migração de monócitos – glóbulos brancos que se desenvolvem a partir da medula óssea – do sangue para os tecidos. Os monócitos, produzidos pelo sistema imunitário com o objectivo de combater infecções e limpar tecidos mortos, passam a chamar-se macrófagos quando, após circularem na corrente sanguínea, se deslocam para os tecidos. Nesta fase, os glóbulos brancos activam as células estaminais responsáveis pelo crescimento do cabelo. Se isto de facto for o que promete ser, esta espanhola vai ter uma vida descansada, e o laboratório que comercializar esta “cura” ficará podre de rico, e claro, haverá muito menos malta de cabeça desnudada, o que em alguns casos é desejável, há malta que fica com aquela careca de Santo António, que é a pior de todas.
         Em relação à minha calvície, dou-me muito bem com ela, aliás, como eu costumo dizer, o meu pai não me deixa rico, mas deixa-me careca. Quanto à calvície masculina em geral, epá, deixem-se de merdas.
  


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Ralações

A poligamia está para os relacionamentos como as democracias nórdicas estão para a civilização, só funcionam com as pessoas certas e as condições adequadas. No entanto, olhamos para ambas com inveja, com a certeza que seria fantástico experimentar, mas que talvez não fosse a coisa certa para nós.

As mulheres desejavam ter menos homem, ou seja, talvez fosse aquele, mas não todos os dias, querem tempo para elas, tempo de gaja, com coisas de gaja, os homens, por sua vez, gostariam de poder ter outra, ocasionalmente, ora, se isto fosse devidamente conjugado, seria perfeito. Quem sairia a perder? Ninguém, ainda assim é impraticável, embora desejado.

A prostituição poderia ser o mais justo dos negócios, alguém procura prazer, um orgasmo, carinho, o que seja, vai daí existiria alguém disposto a vender este serviço, sem investimentos, sem constrangimentos, sem tabus, era só isto. Infelizmente a prostituição tornou-se uma coisa suja, negra, desumana e criminalizável. Vender tabaco não é crime, vender um orgasmo é crime. Claramente evoluímos na direcção errada.

Marido e mulher, ambos médicos, ele ginecologista, ela clínica geral, ambos dão consultas no mesmo horário na mesma clínica. Certo dia, chegada a hora da última consulta de ginecologia, o médico espera 15 minutos e convencido que a sua última paciente já não vem, decide preparar um gin tónico. E ali está ele, no fim de um dia de trabalho, a saborear o seu gin, nisto a sua paciente (atrasadíssima) bate á porta do consultório, esbaforida, pede muitas desculpas, diz que veio a correr do trabalho para casa, foi-se lavar e veio a correr para a consulta, o médico, que já estava em modo relax, vê a paciente tão exaurida que decide oferecer-lhe um gin, para que ela própria possa relaxar. Ali estão eles, tecnicamente a beber um gin, quando a esposa do médico, julgando que o marido estava sozinho, entra pelo consultório, deparando-se com aquele cenário, não gosta e no fim do dia dá uma brutal discussão, acusa o marido de excesso de intimidade com a paciente. Teria esta ficado bem mais descansada de ver o marido com os dedos dentro da paciente de pernas abertas.


As relações são tramadas.

O Meco a nú.

       No passado dia 15 de Dezembro, passou um ano do infeliz incidente que vitimou 6 jovens na praia do Meco e pouco ou nada se sabe sobre o que realmente aconteceu nessa noite no areal. A comunicação social noticiava que estavam 5 jovens desaparecidos, havia um sobrevivente e um deles já teria sido encontrado sem vida. “O Comandante do Porto de Setúbal, Lopes da Costa, adiantou que, segundo a informação do jovem, o grupo de sete amigos, três rapazes e quatro raparigas, estaria sentado à beira-mar quando terá sido surpreendido e arrastado por uma onda grande”. E até hoje é tudo o que se sabe.   
         A comunicação social acompanhou nos dias seguintes as buscas e manteve a toada, um infeliz incidente. Lentamente começaram a abordar este assunto de uma outra perspectiva, dando a entender que haveria indícios de que algo de errado teria acontecido durante o fim-de-semana e noite que aqueles jovens passaram em Alfarim. Existem de facto questões que a mim, como espectador atento desta tragédia, me fazem confusão, que na verdade se prendem mais com tudo o que se passou depois e não com a motivação que levou os jovens ao areal.
         Não querendo entrar em considerações inflamadas sobre as praxes, que para mim, tal com o diz o Sérgio Godinho “…maçã com bicho, acho eu da praxe…”, acredito que tenha acontecido pouco mais que aquilo que é primeiramente relatado pelo Dux, 7 jovens sentados no areal apanhados de surpresa por uma onda. Mas a ser verdade que foi apenas isto que aconteceu, porque razão o jovem João Gouveia, uma vez restabelecido, não se apressou a comparecer no Meco de forma a falar com os pais dos colegas? Não seria expectável que os pais deste jovem tivessem uma atitude solidária com os pais dos restantes jovens? Mesmo admitindo que o seu filho estivesse combalido pelo sucedido e que essa fosse a sua principal preocupação, uma semana se passou sem que a comunicação virasse a agulha para o seu filho, tempo mais do que suficiente para um dos pais do Dux se tivesse deslocado ou prontificado a comunicar com os restantes pais. Quem teve o discernimento para apressadamente ir à casa em Alfarim arrumar as roupas, ensacando-as e entregando-as na Lusófona? E se houve gente com esta prontidão porque raio não houve prontidão e bom senso para fazer o que era espectável? Diz o povo, “quem não deve não teme” e aqui parece aplica-se na perfeição. Quantos de nós, envolvidos num infeliz episódio como este, não arredariam pé do areal, nos dias seguintes, enquanto as buscas não terminassem? Não sabemos, mas seria expectável que assim fosse.
         Não me parece aceitável diabolizar o Dux, visto tratarem-se de 6 jovens adultos, esclarecidos e que ali estariam de livre vontade, mas porra, sendo ele a única “vitima” que sobreviveu ao trágico acontecimento, deveria ter sido mais homenzinho e muito melhor aconselhado. A família do jovem demorou a reagir, deixando que o filho, que tanto quiseram proteger, ficasse a arder na comunicação social. Quem também se portou muito mal foi a Universidade, que preocupou-se apenas com a sua imagem e nada com os familiares das vítimas. De recordar que os país do jovem sobrevivente, numa carta à Lusa, escrevem que a família "agradece o apoio disponibilizado pela Universidade desde o primeiro dia, até à presente data", em sentido contrário os pais das vítimas dizem que da Universidade  "nem apoio psicológico, nem sequer uma palavra de conforto".
        Os pais destes jovens, 1 ano depois, ainda não sabem o que aconteceu naquela noite, ou pelo menos não o sabem da boca de quem de direito.
         Durante toda a minha vida, Meco foi sinónimo de peixe grelhado, malta descascada e mar agitado, hoje já não…        

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Porno haccp

No Reino Unido, existe desde terça-feira uma nova lei que regula a pornografia, com o objectivo de uniformizar os conteúdos e as práticas em todo o universo porno britânico, quer isto dizer que seja em formato DVD, sex shops, online, ou outro qualquer formato, a pornografia britânica passa a estar regulada e vigiada pelo Conselho Britânico de Classificação de Filmes (BBFC). Esta nova lei impõe uma série de restrições e classifica 10 práticas sexuais de proibidas, a saber:  

Dar palmadas: inacreditável, o famoso tapinha é agora ilegal, ok, isto deve ser por causa daquela malta que dava palmadas à ganância, mas ainda assim…a BBFC diz que “estão proibidas as palmadas como medida de protecção aos intervenientes”… pois, é isso..

Caning: vem de Cane, "bengala", e ao que parece há por aí malta a quem batem com uma bengala nas nádegas em jeito de castigo, vidas… 

Chicotadas agressivas: lá está a lei a fazer das suas, quando é que uma chicotada passa a agressiva? Quem é que mede a intensidade e a agressividade das mesmas? Palmadas não, mas chicotes pode-se, desde que de forma descontraída e com boas intenções, vá-se lá entender.

Penetração com objetos "associados a violência": mais uma vez, que raio são estes objectos associados a violência? Facas? Granadas? Bastões? Ok, por mim pode ser, então e o Katanga?? Aquilo não é violência? E se for um bastão, mas de espuma? E se for um dildo daqueles que até faz disparar o quadro? Esclareçam lá isso

Abusos físicos ou verbais (independentemente de serem consensuais): então e aquela malta das dominações e tal, que gosta de apanhar e de ser humilhada e mais não sei o quê? Cachorra, pode-se? “Vira porca” é abuso verbal? E “cú vadio”? E chupa…ok. E golo, pode-se gritar golo???

Urofilia: não fazia ideia que fazer xixi em cima de alguém tinha este nome, soa a especialidade médica: “tenho uma consulta de urofilia marcada para hoje as 16h”. Ok, xixi não se pode, então e o cocó? Ai, sobre o cocó não se fala?

Ejaculação feminina: epá, passou de pouco vista a proibida num instante, mas lá está, proibiram o xixi, não resistiram e proibiram esta cena também, diz que parece xixi, não faço ideia.

Estrangulamento: epá, se for mortal sim, desde que se pare antes de ficar roxo.. mas há malta que se entusiasma e quando se dão conta… há um que já não está a achar graça, nem graça nem nada, já foi, e depois lá tem uma pessoa que ir cavar para uma mata a meio da noite, fizeram bem em proibir.

Facesitting: face (rosto) + sit (sentar). Bom, desde que a fulana se sente com intenção de se levantar nos próximos 10 minutos… agora se é para ler, atender o telemóvel, ver o facebook, ou outra coisa demorada, pois corre-se o mesmo risco que no estrangulamento, e já se sabe, com a construção desenfreada, por vezes temos de percorrer quilómetros para encontrar uma mata, pinhal, etc…

Fisting: aquilo que parece ser uma arte marcial, ou uma aula de ginásio, não é, envolve esforço, mas não é desporto.

Claro está, para os produtores de pornografia no Reino Unido, as restrições parecem completamente arbitrárias, decidir o que é ou não aceitável no sexo é sempre complicado, mas eu acho que não estamos a falar de sexo consentido entre adultos no recato do lar, mas sim de trabalho, e vai daí… Jerry Barnett, responsável por um grupo anti-censura, afirma que "as medidas são apenas um grupo de julgamentos morais concebidos por pessoas que têm lutado constantemente para que o povo britânico pare de ver pornografia".  Eu não sei se serão “apenas” julgamentos morais, mas que grande parte da medida tem isso por base, lá isso tem. Ainda assim, parece-me que deixaram algumas coisas de fora, dizem que na internet há cenas muito maradas, eu nunca vi, mas os meus amigos contaram-me. Espanta-me que ninguém fale desse flagelo que é o PDC, isso sim, é assunto para ser legislado. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O 44 é sério

       Almeida Santos foi a Évora visitar o preso nº 44 e como seria de esperar disse:  “Tenho uma grande admiração por ele e a verdade é que ele está preso sem ter sido acusado de nada”, por questões de higiene política fez questão de frisar  que era “uma visita particular”, que se trata de um "amigo de há muitos anos" e que “acredita na inocência dele”, e até aqui nada de anormal, dentro da aberrante normalidade, dá-se então o momento em que ele vai mais longe dizendo que “Tenho elementos para dizer que ele é um homem sério” e aqui é que eu vacilei, lembrando-me de um caso que envolve os 2 e onde objectivamente Almeida Santos mete a pata na poça. 




         Em Monte Gordo, localidade algarvia com uma das melhores linhas de praia (e mais nada) existe desde 1960 aquele a que muitos chamam o 1º Hotel do Algarve, O Hotel Vasco da Gama, que foi construído em cima das dunas numa zona absolutamente proibitiva nos dias de hoje, mas que na altura pouco ou nada interessava, era preciso pensar em grande, trazer turistas e como tal o Vasco da Gama foi construído em cima da praia e por lá se mantém até aos dias de hoje. Monte Gordo Cresceu bastante, actualmente tem cerca de 20 equipamentos hoteleiros, mas uma coisa se manteve durante 40 anos, nunca mais se construiu nada na linha de praia em cima das dunas, até que em 2001 é aprovado um empreendimento de seu nome Hotel Apartamentos DunaMar. Nome bem apropriado, já que foi construído em cima das dunas e junto ao mar, os locais chamam-lhe, carinhosamente, “os almeidas”. Porquê? Porque a empresa promotora e construtora daquele atentado ambiental e urbanístico é propriedade do filho do Almeida Santos. E quem era o Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, a quando da aprovação abusiva desta obra? O preso nº44.

         Desde o inicio que este empreendimento monstruoso levantou suspeitas e protestos mas lá ficou pronto e foi inaugurado em 2003, mas, a fazer fé nas escrituras de compra e venda realizadas num domingo, 12 de Outubro de 2003, no Cartório Notarial de Vila Real de Santo António, alguns contribuintes conseguiram adquirir apartamentos no Dunamar, a 7 e a 12 mil contos (moeda antiga), ficando dispensados do pagamento de sisa, e pagando claro está, escrituras mais baratas.         

         Onde é que tudo isto nos leva? Que se Almeida Santos tem elementos que atestem alguma coisa sobre o prisioneiro nº 44, não é a sua seriedade, neste caso a seriedade de ambos, coisa em que, obviamente, ninguém acredita. Ou então isto é tudo mentira e eu sou apenas um parvo de merda.           

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Virtualmente acéfalos


Basta recuar 10 anos para perceber o que mudou. Em 2004, quantos de nós, sentados numa esplanada, pegava no telemóvel e ligava a 150 amigos e conhecidos só para os avisar que naquele momento estava sentado numa esplanada? Ou só para lhes dizer que quando saiu de casa, pela fresquinha, estava a chover? Ou para dizer que estava a comer um peixe grelhado? Ou para lhes dizer que estava naquele momento a contemplar os seus pés? Ou ainda para lhes contar com todo o detalhe que o petiz estava a gatafunhar um papel com marcadores? Ou para lhes dizer, com entoação profunda, que “a vida é como um estrada e mais não sei o quê”? Ou para…acho que já perceberam a ideia.  
A verdade é que, actualmente é exactamente isto que acontece, chamem-lhe o que quiserem, redes sociais ou outra porcaria qualquer, mas é isto que fazemos, partilhamos toneladas de “informação” privada, que há bem pouco tempo, morreria ali, ou seria oralmente transmitida a uma ou outra pessoa numa conversa absolutamente banal e descomprometida, informação esta que não era anunciada pela simples razão de não ter interesse absolutamente nenhum.
         A malta que tinha 10 anos em 2004 (por exemplo) tem hoje 20 e um smartphone xpto que usa sem o mínimo pudor, segundo a premissa “quem não aparece, não existe”, então existe este esforço para aparecer e parecer. As pessoas sentem-se sós, deprimidas e/ou carentes? Eu Juntaria apenas a palavra “idiotas” e penso que teríamos uma mistura muito aproximada da realidade actual. Existe malta com piada, malta com interesse, que faz coisas, que pensa coisas e que vai a sítios interessantes, mas é claramente a minoria. Um casal que vai passar um fim-de-semana à Madeira e publica 25 fotos, tem de ser forçosamente um casal de idiotas. 
O simples acto de na segunda-feira, à mesa do café, poder confidenciar a outra pessoa, o que lhe aconteceu, onde foi, o que ficou a conhecer, o que correu bem ou mal, o que recomenda ou apenas falar de um fim-de-semana em que não aconteceu nada, uma pasmaceira, desapareceu, deixou de fazer sentido. Ao invés disso, a ida ao café, o parque, a lareira, o raio do lombo de porco no formo (com a legenda: “são servidos”), a distancia que correu e onde foi jantar, já são do conhecimento de todos. Até as pessoas de quem sentíamos saudade, porque já há uns tempos que não estávamos juntos, passam a estar artificialmente presentes, já que mesmo sem estarmos juntos, vamos sabendo quase tudo o que se vai passando nas suas vidas.
Tenho pena que as coisas estejam assim, tenho pena que nos vamos entretendo com a virtualização e banalização das nossas vidas e dos nossos sentimentos. Quão estúpidos ficámos, ao ponto de se publicarem milhões de selfies after sex? Parvos da merda!  


Come tostas após ataque de tubarão

Isto só assim já está bom. O correio da manhã consegue matar qualquer hipótese de se usar esta notícia para fins de comicidade, resumindo um acontecimento sem grande importância, a um título absolutamente idiota.
Um rapaz de 13 anos, algures na Austrália, é atacado por um tubarão, ficando com ferimentos numa perna. O rapaz sai da água, pega na bicicleta, e percorre 2 km até casa, foi comer qualquer coisa e depois decidiu ir ao hospital, não fosse o tubarão ter alguma doença daquelas que se apanham nas casas de banho públicas. Agora, a bem do rigor jornalístico, o CM refere que o rapaz comeu tostas com passas, antes de se dirigir ao hospital. Porquê? É importante para quem? Acrescenta alguma coisa à notícia? Qual era a marca das tostas? Eram tostas integrais ou das outras, confeccionadas com farinhas refinadas, que nos fazem um mal terrível? Quantas tostas comeu? E será que bebeu alguma coisa com as tostas, ou palmou as tostas assim, a seco, capaz de ficar embaçado? E já agora, que tipo de tostas são essas com passas? Eu bem que procurei, mas só encontrei: Tostas normais, Tostas integrais, Tostas com oregãos, Tostas com azeite e sal, Tostas com tomate e oregãos, Tostas com alho e salsa, Tostas com azeite/alho/salsa, Tostas com algas, Tostas de aveia e Tostas de arroz, tudo isto em vários formatos, redondas, rectangulares, finas, finíssimas e mini. 
A notícia, que podia ser uma boa notícia, acaba por deixar tantas questões em aberto… Felizmente na mesma edição do CM fiquei a saber que um cidadão anónimo, parvo mas anónimo, foi até Évora com um happy meal para entregar ao preso nº 44. O papel que gastam nisto, dava rolos de papel higiénico tão lindos…  

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O Pincel Mágico

Eu sei que esta notícia já tem 2 semanas, mas não lhe dispensei a atenção necessária na altura, pelo que só agora, ao ler a reportagem da Visão é que me inteirei de todos os detalhes.
O João Martins era um tipo normal, sorridente e espectacular com as crianças, ah e também era escuteiro. Onde? Em Belém. Onde é que os meninos da casa pia se iam prostituir? Em Belém. Just saying...  Esta é uma constante e é isso mesmo que assusta, o facto desta malta perturbada da cabeça ter quase sempre um ar normal, bom vizinho, bom funcionário, etc e tal e depois vai-se a ver… O João era acusado, digo era porque entretanto matou-se, de abusar sexualmente de dezenas de crianças, todas meninas, entre os 4 e os 10 anos, desenvolvia a sua actividade em vários agrupamentos e numa IPSS onde tinha uma oficina de expressão plástica com o bonito nome de Pincel Mágico, brilhante, aposto que se ele morasse no Barreiro estaria a trabalhar no jardim de infância Desabrochar, certamente. 
 Há muitas coisas lamentáveis nesta história, mas os depoimentos recolhidos junto dos pais, são maravilhosos, vejamos: "Era um sedutor" , pois era, esta mãe tem ciúmes da filha de 10 anos. "Fazia coisas giríssimas com os miúdos, tinha muita imaginação", e tu não viste nada, pelos vistos tinha imaginação a mais. “tirava fotografias lindíssimas aos miúdos, pois, foi exactamente por isso que a PJ o apanhou, tinha o Pc carregadinho de fotografias “lindíssimas”. "Não perdia um projecto relacionado com crianças” a sério? Porque seria?  “Descontraído na maneira de vestir, não ostentava riqueza e não guiava um carro topo de gama”. Esta malta acha que um pedófilo é um sujeito de fato que guia um BMW e que mora nas avenidas novas.  Mas a melhor guardei para o fim "Era muito ambicioso, ia a todas", epá…ó mãe, isso não era ambição, era outra cena.