quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Chamada a pagar no destinatário

         A Religião, seja ela qual for, assenta na crença individual e colectiva, vulgarmente apelidada de fé, prometendo uma reciprocidade, uma correspondência entre o “tamanho” da fé e os “benefícios” que daí poderão vir, a fé, a oração, a crença, tudo isto ajuda a realizar a encaminhar a proteger o devoto membro das agruras da vida, a fé move montanhas, era o movias. A falácia é gigante, misturando a vontade, a tenacidade o acreditar que é possível com os poderes divinos, tretas.

         Sempre que tenho conhecimento de peregrinos que são atropelados a caminho de Fátima, não consigo deixar de sorrir, não pela morte, mas pela ironia que o acontecimento encerra, um qualquer artista, percorre quilómetros e quilómetros a pé, com sacrifício (tão apreciado pela religião) com fé e devoção no tão esperado encontro com o local sagrado e vem de lá um carro, provavelmente guiado por outro crente e pumba, esbardalha-se contra o peregrino, admirável o sentido de humor deste “deus”.

         Vem isto a propósito do falecimento de Stella Maris Kriger, a argentina que estava internada no hospital de Leiria a quem o Papa Chico telefonou. Diz a diocese "Sua Santidade fez questão de lhe ligar para a abençoar", explicando que "esta chamada do papa Francisco foi a segunda tentativa, pois já tinha ligado antes, mas a doente não pudera atender", acho adorável o papa ligar e a pessoa não o poder atender,” o papa fez questão de ligar segunda vez, tão determinado estava em reconfortar esta imigrante e dizer-lhe que iria rezar por ela e a iria mencionar nas intenções da eucaristia". Obrigadinho, ó Chico, serviram de muito essas tuas rezas, se tu, que tens linha directa com o criador, não conseguiste fazer nada, imagina os outros, que apenas vão à missa e mais não sei o quê.

         Se alguma vez o papa vos ligar, digam que é engano, ou que têm sopa ao lume, ou o puto no banho. A malta lá do Charlie Hebdo devia fazer uma caricatura sobre isto, que assim sempre aliviava as acusações de perseguição ao profeta, com os resultados conhecidos. Da parte do Vaticano não há cá extremismos, que se saiba nunca se matou ninguém em nome de deus, ou se calhar já…

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