quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Civismo da treta.

Existem muitas maneiras de medir a cultura de um povo, diria Gandhi  “A educação de um povo avalia-se pelo modo como trata os animais”, esta é a abordagem humanista da coisa, mas eu acho que não, a melhor forma de medir a cultura/civismo de um povo é observando a forma como se movimentam em massa nos transportes públicos. Nas várias etapas, a entrada na estação/paragem, a utilização das escadas rolantes e outros meios de acesso, a entrada nos transportes, a forma como ocupam os espaços dentro dos mesmos, enfim, uma desgraça pegada.

Tudo, mas tudo é feito a pensar apenas no próprio umbigo, nas escadas rolante não se dá passagem a ninguém, nos outros acessos também não. Nas paragens de autocarro há sempre alguém que se tenta infiltrar na fila com aquele ar de despercebido, dentro do veículo servem-se indevidamente de lugares reservados, ocupam-se lugares com malas, sacos e mochilas, aglomeram-se passageiros na parte da frente ficando o autocarro vazio a trás, dificultando a entrada de novos passageiros, no metro, não sabem usar as escadas rolantes, amontoam-se na gare e quando finalmente chega o metropolitano, formam-se grupos de pessoas em frente às portas, impedindo e dificultando os passageiros que apenas querem sair de dentro da carruagem, no barco, 1 pessoa ocupa um banco de 3, com o barco a atracar, dá-se um fenómeno de aglomeração juntos às portas, de tal forma que o marinheiro mal tem condições para desempenhar a sua função, depois vem a saída absolutamente selvática a descer a prancha para depois se amontoarem nas rampas de acesso ao pontão, como se de um episódio do walking dead se tratasse, cambaleando ora na esquerda ora na direita, gordas com sacos que circulam em zig-zag nunca deixando espaço para uma ultrapassagem.

Depois há o terror, o apocalipse, o armagedão, só comparável com a grande migração dos gnus, que se dá quando chove, em que temos de juntar a tudo isto, gente a correr e um mar de guarda-chuvas que, ora abertos, ora fechados, são usados como se da Batalha das Termópilas se tratasse. Se não sabemos andar a pé, como raio querem que saibamos andar de carro???  

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